Colégio Diocesano Meninópolis encerra suas atividades no final de 2004
Dezembro 13, 2004

"Completamente familiar, um lugar onde você podia confiar nas pessoas". É assim que Carolina Maria de Oliveira, de 20 anos, ex-aluna do Colégio Diocesano Meninópolis, define a escola. O colégio encerra suas atividades no final deste ano. Segundo o diretor, padre Valdeci Toledo, a evasão de matrículas e a inadimplência, que chega a 30%, tornaram impossível continuar. Ele complementa: “Estar aqui neste momento para fechar o colégio é triste, mas ao mesmo tempo é uma responsabilidade que devemos assumir conscientemente. 

Para Carolina, que estudou na escola de 1992 a 2002, só fica um sentimento: “Profunda tristeza. A minha vida toda está lá. As minhas amizades todas começaram lá. Passei dez anos naquele lugar e só posso sentir muito pelo o que está acontecendo". 

História

O Colégio Diocesano Meninópolis foi fundado por padres italitanos do Pime (Pontifício Instituto Missões Exteriores) em 1950. Segundo pais de alunos que se lembram dessa época, o início foi bastante simples, com apenas uma capela de madeira. O nome, “cidade dos meninos", remonta do fato de que, no começo, apenas garotos eram aceitos no colégio. O ensino das meninas ficava a cargo do colégio Beatíssima Virgem Maria. A partir de 1989, as salas passaram a ser mistas. 

O colégio e o bairro

O Meninópolis formou muitos moradores e filhos de moradores das regiões do Brooklin e Morumbi. “Nesses 54 anos de existência, o colégio teve uma atuação muito grande no bairro. Com o anúncio do fechamento, muitos alunos e ex-alunos vieram nos procurar", diz o padre Valdeci Toledo. 

A visão dos alunos é parecida: “Acho que o colégio é um dos ícones do bairro. Tinha o melhor ensino da região e era um dos mais em conta. Era mesmo um retrato dos adolescentes da região", afirma Carolina. Gente famosa, como o jogador de futebol Rivelino, o judoca Aurélio Miguel e o cantor Fábio Junior, passou pelo Meninópolis. 

União

O fechamento do Colégio Diocesano Meninópolis está gerando uma corrente de união entre alunos e ex-alunos. Gente que há muito tempo não se via corre atrás de informações, busca maiores detalhes sobre o que está acontecendo, se comunica e entra em contato com velhos amigos. Para que o fim da história seja tão agradável quanto possível, a escola promoverá uma festa de confraternização no dia 18 de dezembro. A entrada, um quilo de alimento não perecível, será destinada ao Instituto Bororé, entidade que cuida de crianças carentes.

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