Retirada de outdoors ilegais gera confusão na Faria Lima
Outubro 26, 2001

A retirada de outdoors ilegais na Av. Faria Lima, em uma operação da Administração Regional de Pinheiros provocou bastante confusão hoje pela manhã. Você deve ter lido sobre o assunto na grande imprensa, que, convidada a registrar o evento pela AR-Pi, divulgou a operação. Saiba agora, na fotonovela do Sampa Online, o que realmente aconteceu.

Com uma equipe de quatro engenheiros, quatro agentes vistores, dez operacionais, a Administradora Regional de Pinheiros, Beatriz Pardi, e o Secretário de Implementação das Subprefeituras, Arlindo Chinaglia, comandaram no dia 26, sábado, uma operação de retirada de outdoors irregulares da Av. Faria Lima.
"Hoje vamos fazer o grosso, retirando essas propagandas indevidas que estão na área municipal. Mas a operação vai continuar, como já fizemos na Avenida Brasil, na Cidade Jardim e faremos na Rebouças, no fim da Nove de Julho", explicou Bia Pardi.

 

"Cadê a imprensa? Eu quero fazer uma denuncia!". Visivelmente alterada, Maria Lúcia Brisote de Oliveira sai da vila aos berros, e assim que lhe é oferecida a oportunidade de falar, disse que mora no local "há 32 anos, e esse painel existe aqui há oito anos" (NR: começo do governo Maluf). Apontando para o vigia da rua, disse: "Aquele de camisa pode ir embora para casa porque agora não tenho como pagar o salário. Aquele rapaz acabou de ser despedido, porque o que vocês [NR: referindo-se aos funcionários da Prefeitura] vão tirar é o salário dele. O que eu recebo desses dois painéis e para pagar os guarda aqui da rua." E dirigindo-se ao vigilante, expressou: "Mazinho, sinto muito. Você vai embora; pode ir agora; eu vou juntar para ver se você  recebe salário. São oito anos!" . Questionada quanto recebia mensalmente por permitir a instalação dos painéis em uma área que não lhe pertence, respondeu: "Mil Reais". O Dr. Chinaglia mostra-se espantado: "Ela está ganhando dinheiro irregularmente!".
"Você tem carteira assinada?" questionou uma das jornalistas. "Não tenho, não", respondeu Francisco Rubens Mar, o vigilante. "Ele tem sim!", disse D. Maria Lucia, e em seguida, depois de ouvir no ouvido um conselho da sua empregadora, Francisco muda sua resposta, afirmando ter carteira assinada.
Um dos jornalistas pede para ver a Carteira de Trabalho de Francisco. D. Maria Lucia muda o tom do discurso, respondendo: "Ele é autônomo; ele tem um contrato; ele não tem empresa; quem fez o contrato dele é o Dr. Otávio, um Advogado".  Diana, da SIS, responde a D. Maria Lucia: "Ele falou que não tem; a situação é irregular, a senhora pode ser atuada pelo Ministério do Trabalho". E, voltando-se à imprensa, encerra a discussão: "O funcionário disse que trabalha há dois anos, ganha R$ 600,00 e não tem carteira assinada; configura-se um ilícito". O Dr. Chinaglia instrui Diana a acionar o Departamento Jurídico da SIS.
No dia seguinte, a Travessa Tolstói de Carvalho e Melo aparece limpa ...
... e aproveitando um solzinho camarada, Francisco Rubens Mar, o vigilante cuja demissão a imprensa noticiou, lia tranqüilamente o jornal no portão de entrada da vila.

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