Sinopse: Após dois séculos, nossa imagem da paisagem carioca pode ser reavaliada? Como ir além da tradição e registrar nossa realidade e nossa identidade de outra forma? Como podemos nos representar de uma forma mais justa? Essas são questões que estão por trás do trabalho dos curadores Paulo de Freitas Costa e Janaína Damaceno e da curadora adjunta Ana Paula Rocha para esta mostra e que instigam a série de PV Dias. Em 1825, logo após a Independência do país, o jovem artista suíço Johann Jacob Steinmann (1800-1844) foi convidado pelo governo brasileiro a dirigir a recém-criada escola de impressão da Academia Militar. Steinmann permaneceu nessa função por cinco anos, antes de abrir sua própria oficina litográfica, destinada primordialmente a produzir gravuras criadas a partir de seus registros da paisagem brasileira, bem como de outros artistas. Após retornar à Europa, em 1833, publicou, com grande sucesso, a primeira edição do álbum Souvenirs de Rio de Janeiro dessinés d’aprés nature & publiés par J. Steinmann, contendo 12 gravuras em água-tinta executadas por Friederich Salathé com base em nove desenhos de Steinmann e em registros dos pintores Eduard de Kretzschmar e Victor Barral. Souvenirs de Rio de Janeiro foi um dos primeiros conjuntos de gravuras sobre a cidade publicados na Europa após a Independência do país, trazendo uma visão europeia da cidade e regiões próximas, com paisagens “apaziguadas” que promovem a exuberância da paisagem natural sem revelar suas tensões e conflitos, dentro de uma tradição que remonta ao trabalho de Frans Post e Gaspar Barléu, bem como dos artistas da Missão Artística Francesa.