Sinopse: Ventura Profana (Salvador, 1993) é pastora, cantora, escritora, compositora e artista visual. Seu trabalho, que é ao mesmo tempo artístico e missionário, anuncia infinitas possibilidades de vida, especialmente para pessoas trans e travestis. É uma missão que faz parte do que Ventura chama de teologia da transmutação, um pensamento que busca transformar aquilo que é destinado aos corpos negros, indígenas e LGBTQIA+. Como afirma a artista: “se nos dão o esquecimento hediondo, a morte, a dor e o desprezo, com intensidade equivalente faremos brotar videiras”. Essa mostra apresenta quatro vídeos inéditos: A maior obra de saneamento (2024), O poder da trava que ora (2021), Procure vir antes do inverno (2021) e Para ver as meninas e nada mais nos braços (2024). No primeiro vídeo, A maior obra de saneamento, a destruição é o ponto de partida para uma reflexão sobre a perecibilidade das coisas terrenas e sobre a morte como um novo início, mediado pela fé e pelo exercício da oração. Este exercício está presente em O poder da trava que ora; nele, a artista aparece prostrada, misteriosa e nua, em uma posição que é ao mesmo tempo de oração e de prazer. No terceiro vídeo, Procure vir antes do inverno, a artista dialoga com sua avó sobre as dificuldades de escolher um caminho religioso. A conversa se desenrola enquanto vemos Ventura, Bianca Kalutor e Rainha F. construindo seu próprio templo juntas. No último trabalho, Para ver as meninas e nada mais nos braços, esse mesmo espírito de irmandade está presente na sequência de imagens de celebração do amor, da vida e da existência travesti.