Sinopse: Com pensamentos diversos sobre o corpo e a cena, mas tendo em comum transitarem num território estético onde as artes visuais se instauram como gesto criativo predominante e as complexidades do ato da criação acontecem na solidão de um artista-solista, os quatro experenciaram um intenso processo de compartilhamento de suas práticas, que se deu num largo período nos laboratórios de investigação, nos vários workshops e na mostra Arrastão dos Solos, realizada na Oficina Cultural Oswald de Andrade e indicada ao prêmio APCA na categoria Programa/Memória. A estrutura da performance teve a improvisação como base para a coleta de novos vocabulários corporais e se chegar à questão do exílio e seus desdobramentos – tema bastante discutido durante o processo -, não limitado às conotações existenciais e religiosas do termo, mas como um desafio à criatividade, trazendo rastros do que pode ser o exílio pra cada um, a partir de suas experiências pessoais e da relação com seu fazer artístico. Como inspiração natural, surgiu a obra do filósofo tcheco-brasileiro Vilem Flusser, que tem o exílio como um marco importante em sua vida. Nascido em 1920, na cidade de Praga, Flusser teve que deixar sua terra natal em função da Segunda Guerra Mundial e do avanço do regime nazista. Após passar por países da Europa, se estabeleceu no Brasil em 1941, onde encontrou um ambiente intelectualmente estimulante, influenciado pela cultura brasileira e latino-americana. "No território de experimentações cênicas, temos a percepção de que o exílio é uma condição humana, que traz consigo desafios, questionamentos e provocações. Portanto, trazer essas experiências de exílio, vividas em contextos e condições de existência diversas, nos serve para criarmos um campo de diálogo cênico, onde se faz ecoar e reverberar tanto os desconfortos e incômodos, quanto os arrebatamentos e fascínios, dentro e fora do processo de criação artística", pondera Marcos Sobrinho, diretor do núcleo artístico que concebeu o projeto. Para a criação de "Por entre espaços", Ana Cristina Colla atuou como provocadora; Talita Vinagre responde pelas intervenções dramatúrgicas e Valquíria Rosa pelas intervenções sonoras. A sonorização e a vídeo instalação são de Téo Ponciano, o desenho de luz é de Décio Filho e Warner Júnior assina o figurino. As apresentações integram projeto realizado com apoio da 34ª Edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura.
Coordenação e Concepção do Projeto: Marcos Sobrinho. Performers e Dramaturgia: Simone Mello, Luciana Hoppe, Jussara Miller e Marcos Sobrinho. Provocadora: Ana Cristina Colla. Intervenções Dramatúrgicas: Talita Vinagre. Intervenções Sonoras: Valquíria Rosa. Sonorização e Vídeo Instalação: Téo Ponciani. Design de Luz: Décio Filho. Designer gráfico: Ilana Braia. Figurino: Warner Júnior. Fotógrafo: Paulo Cesar Lima. Assessoria de Imprensa: Elaine Calux. Assistentes de Produção: Lu Busquets e Lívia Império. Produção: Cristiane Klein (Dionísio Produção).