SET / Broadcasting & Cable 2001
Representando o Sampa On Line fui até o Centro de Convenções
Imigrantes para saber mais sobre as novidades televisas...Aconteceram ali nos
dias 1º, 2 e 3 de agosto a edição 2001 das feiras da SET (Sociedade de
Engenharia de Televisão) e da Broadcasting & Cable, que ocorreram ao
mesmo tempo. O assunto em questão foi novamente a convergência do meio
televisivo atual para o sistema de transmissão e capacitação digital, além
de abordarem a influência da Internet em nossa televisão e sobre o constante
crescimento de vídeos apenas para sites.
A feira contou com 50 estandes dos 80 que estiveram na edição
do ano passado. Estavam lá presentes as maiores emissoras do país, as
principais empresas que fabricam tecnológicos equipamentos para o meio (como
a Sony e a Panasonic - de câmeras à computadores), além de empresas que
fabricam unidades móveis, tripés e todo tipo de equipamento para
"externas", assim como estandes de revistas televisivas, de cinema e
rádio, até empresas especializadas em venda de "trilha branca"
para emissoras (que não exigem direitos autorais para uso).
Para quem não sabe, a ABERT (Associação das Emissoras de Rádio
e Televisão) e a SET são responsáveis pelo projeto de implantação da TV
digital no país. As emissoras já estão começando a se preparar para este
novo acontecimento.
Vocês ainda estão perdidos sobre o que é a tal TV digital?
É meio difícil explicar sem vê-la. A transmissão e a definição são
totalmente nitidez, sem os famosos "pontinhos" que vemos nas televisões
de hoje em dia. A qualidade supera a de um DVD e a linguagem televisiva mudará
e muito, já que a TV digital possui um som perfeito como o de estúdio, a potência
da luz dos estúdios terá que ser remedida já que a nitidez dará mais força
ao que hoje ainda serve para "clarear os rostos" dos apresentadores.
Como a tela é maior, nos estúdios as emissoras terão que se preocupar mais
com seus cenários, já que o conceito de enquadramento será modificado e
aparecerá muito mais do que imaginamos ver!
Assim como já acontece com os telefones, a transmissão muda
de analógico para digital, dando alta definição (HDTV) e uma
velocidade maior para o recebimento de imagens e informações. Com essa
modificação as emissoras em VHF terão que passar em dez anos, como tudo está
previsto para os canais UHF (do canal 14 pra cima...Imaginem quem se guia
ainda hoje pelo número dos canais!). E além disso, os equipamentos das
emissoras serão digitais, assim como os transmissores e a própria transmissão.
Isso já estão fazendo por aí. Mudando do analógico para o digital, as
emissoras poderão ter ao invés de um canal direito a duplicata do sinal (no
mínimo), assim podendo existir além de informações extras sobre a atração
(o que já acontece com o DVD), também uma Globo-1, Globo-2...O número de
canais aumentará assustadoramente. O que fará diferença talvez será o
capital econômico de cada emissora, que irá arcar com esta multiplicação
de canais. Será algo fantástico e que deixará muita gente perdida no início.
Mas logo tudo se ajusta.
O problema atual é que a ABERT/SET ainda não definiram o padrão
de transmissão que o Brasil adotará: o americano, o europeu ou o japonês. Várias
emissoras asseguram que o japonês tem melhor qualidade e menos problemas. Mas
isto ainda está em estudo...Quando sair o padrão será dado a largada para a
corrida da TV digital no Brasil. As emissoras farão ampla divulgação das
mudanças!
O televisor digital, assim como os primeiros televisores comuns
no Brasil, custa caro ainda. Mas aos poucos irá baratear o preço...A procura
pelo televisor aumentará e a concorrência será responsável por esta
diminuição no valor do aparelho.
E para vocês terem idéia de como será essa transmissão para
o meio televisivo, mostramos aqui o que foi feito na primeira experiência com
transmissão digital no Brasil, em 1999. Há uma equipe da ABERT/SET, junto
com o Colégio Mackenzie que está bancando estas experiências. Vamos ao
fato...
Em 1999 no laboratório do Mackenzie foi feito o início
da transmissão dentro de uma estrutura conhecida como "Gaiola de Faraday",
que faz isolamento de transferência nas pesquisas. O sinal passa para uma unidade
móvel de recepção por vários lugares estratégicos da cidade de São Paulo
para captar e medir os sinais digitais e analógicos. Enquanto isto, um
transmissor analógico entrou em cena para enviar sinais de TV comuns. O mais
potente e moderno transmissor coloca no ar um sinal de HDTV (High Definition TeleVision
- "TV de alta definição") nos padrões americano, europeu e japonês.
E aí, no bairro onde o meio televisivo nasceu (Sumaré),
é instalado dentro da antena da TV Cultura (Av. Doutor Arnaldo) antenas
especiais que transmitem sinais digitais e analógicos testando finalmente a transmissão,
enviando sinais de imagem para o laboratório novamente. Futuramente o laboratório
será mais um que assistirá a nova televisão que estará chegando ao Brasil
nos próximos anos. Aguardem! Vamos ficar na torcida!