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'O
Direito de Nascer' novamente
O SBT anunciou a estréia da novela "O Direito de Nascer" na próxima segunda-feira, dia 21 de maio, às 18h30 - no lugar da reprise de "Éramos Seis"(1994).
A novela, considerada até
hoje o maior sucesso das radionovelas e telenovelas brasileiras, foi refeita em
1997 pela terceira vez na televisão e quinta em meios de comunicação.
Por problemas autorais no Brasil, a novela estava engavetada nos arquivos do
SBT. Já em países da europa e da América Latina esta versão do SBT está
atingindo altos índices de audiência, principalmente em Portugal - país onde
atualmente ela está passando, no horário noturno das novelas estrangeiras da
TVI, de segunda a sexta-feira. A assinatura da abertura desta versão da novela
era uma, que hoje está estampada na versão comercializada para TVI. E hoje, no
Brasil, é outra, onde o S tem um feto pendurado em sua extremidade inferior. No
início de 1982, o SBT chegou a apresentar uma versão mexicana da novela, que
não obteve sucesso.
A novela conta a história
de Maria Helena (interpretada por Ludmila Guinle), uma mãe
solteira na sociedade moralista de Cuba (nas cidades de Havana e Santiago) do
início do século XX. A família de Alfredo Martins, seu amante, é rival de
sua família. A gravidez surge depois de muitos encontros escondidos. Alfredo
tenta o aborto, mas Maria Helena não aceita. Assim, o filho do casal, que
cresce na barriga de Maria Helena, é ameaçado pelo seu pai tirano, Dom
Rafael Zomora de Juncal (Luiz Guilherme), que não aceitava a idéia de
um neto bastardo. A negra Dolores, a empregada da família Juncal, foge levando
a criança. Enquanto Maria Helena entra para um convento, Mamãe Dolores,
em outra cidade, cria e educa Albertinho Limonta (Jorge
Pontual), que se forma em medicina e se apaixona pela prima Isabel
Cristina. Os anos e ironias da vida mostrarão que Dom Rafael, o avô
poderoso, estava errado. Mas isto vocês só saberão como assistindo a nova
novela do SBT, porque se eu contar aqui perderá a graça. Não podemos contar o
final, não é?
Versões
de Sucesso
A trama nasceu em 1946,
inspirado no texto do cubano Félix Caignet, onde no Brasil, através da PRG-2 Rádio
Tupi de São Paulo e da PRE-8 Rádio Nacional do Rio
de Janeiro, mantiveram grande número de famílias ao lado do rádio no início
da década de 40 e 50. O personagem do médico Albertinho Limonta na Rádio Tupi
foi interpretado por Walter Foster, enquanto na Rádio Nacional Paulo Gracindo
fazia a voz. (à direita, cabeçalho da página inicial do resumo dos capítulo da
Rádio Nacional, publicado pela Revista Rádio-Teatro (1946).
Em 1964 recebeu nova
versão, em video-tape já, na TV Tupi de São Paulo. Foi o
primeiro grande passo da Tupi para brigar com a teledramaturgia
de uma Excelsior em ascensão. A novela foi oferecida à TV Tupi
carioca, que a dispensou - deixa aproveitada pela TV Rio que
também atingiu sucesso com a trama.
Naquele mesmo ano, na Tupi o encerramento desta primeira versão televisiva rendeu uma enorme festa no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo, e no dia seguinte, a façanha seria repetida com maior repercussão no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O estádio superlotado dava uma mostra do poder das novelas sobre as massas: o povo gritava o nome dos personagens e chorava por Maria Helena (Natália Timberg), Mamãe Dolores (Isaura Bruno) e Albertinho (Amílton Fernandes). Guy Loup, a atriz que interpretava Isabel Cristina, chegou a desmaiar de emoção. (à direita, foto do elenco da "O Direito de Nascer", TV Tupi (1964). Arquivo Fundação Assis Chateaubriand - Divulgação).
Uma curiosidade é que
esta mesma Guy Loup, por causa da fama passou a assinar por muitos anos com o
nome de sua personagem, mas logo voltaria a ser Guy Loup - tempos depois
ela começaria a estudar e se dedicar à astrologia e tarô, sendo até
hoje chamada como "Mãe Gui".
Nenhuma novela até hoje
recebeu as homenagens feitas ao "O Direito de Nascer". Depois desta,
fazer novela de sucesso para um artista passou a significar tornar-se ídolo.
A
segunda versão televisiva também atingiu grande sucesso. Feita também pela Rede
Tupi, em 1978 (quando a emissora já estava em decadência). Tendo Eva
Wilma (que era considerada na época a "grande estrela da casa")
como Maria Helena, Carlos Augusto Strazzer como Albertinho Limonta e
Beth Goulart com Isabel Cristina. (À direita, elenco de "O Direito de Nascer", versão da Rede Tupi (1978)
.Arquivo Fundação Assis Chateaubriand - Divulgação).
Agora o SBT acredita que a
nova versão obtenha o mesmo sucesso que já anda tendo no exterior e a
atenção que despertaram as outras versões de "O Direito de Nascer"
no Brasil. Esta versão tem a assinatura de Roberto Talma. Esperamos que o
SBT consiga com que essa novela dê ao canal "o direito de
nascer" novamente o seu núcleo de teledramaturgia. É a vez do SBT brigar
com as novelas da Record e da Globo lançando novas tramas, não só
reprises. E quem sabe, continuar investindo nos "remakes" das grandes
novelas que fizeram história em nossa televisão.
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