O insaciável SBT 
por Elmo Francfort Ankerkrone
Novembro 02, 2001
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"Insaciável SBT", assim se refere o SBT a si mesmo no irônico e-mail mandado a Globo no último dia 30, um dos vários resultados do que acontece desde o último domingo, dia 28 de outubro, na televisão brasileira. Esta que vive mais um momento histórico. O programa "Casa dos Artistas" é mais um programa que desequilibra novamente a Globo em seus horários tradicionais e quase que inatingíveis. "Quase" mesmo. A grande derrota deste domingo foi justamente o Fantástico, que conforme a imprensa não era ultrapassado em audiência desde 1973. É por isto que hoje falamos sobre o assunto mais polêmico da semana. Vale a pena também registrarmos este momento e lembrarmos um pouco sobre outras situações que entraram para a história da audiência televisiva no país. 

Fantasmas da Tupi 

Na quarta-feira, dia 31 de outubro, o SBT coloca no ar um protesto, por 15 minutos, entre o fim da novela Pícara Sonhadora e o início do Ratinho (horário que seria exibido o resumo de cada dia dos participantes de "Casa dos Artistas"): 

"Infelizmente não exibiremos hoje o programa 'Casa dos Artistas'. A TV Globo, através de liminar concedida pela Justiça, impede o SBT de exibir o programa. Esperamos que a justiça prevaleça em favor de você, telespectador, para que em breve possamos continuar levando até você um programa de qualidade, como o 'Casa dos Artistas' ". 

Após ficar repetindo a mensagem várias vezes, o SBT abre o "Programa do Ratinho" com o próprio criticando as atitudes da Globo. É uma forma de fazer o telespectador ficar do lado do SBT, que desde o início vem se revelando como uma emissora simpática ao povo brasileiro (desta vez tenho que discordar da Globo num ponto, por ter dito que a atração é de cunho sensacionalista - se for encarar desta forma, o "No Limite" também é sensacionalista -; o SBT já fez e até hoje faz muita coisa sensacionalista, mas a atração não leva para este lado aparentemente). E após ver a irônica carta mandada pelo canal ontem sobre a opinião da Globo quanto a suas atitudes, pudemos ver um SBT que resolveu desafiar novamente a "Vênus Platinada". Mas de uma forma que há décadas não víamos tal provocação. Via-se ali um canal 4 e não um SBT. 

"Um canal 4?" - Aí vocês me perguntam. Isto mesmo. A última vez que a Globo bateu de frente com outro canal a ponto do outro falar de seu monopólio e deus aliados políticos e econômicos foi em 1966, quando o político João Calmon denunciou o acordo proibido entre a Globo e a Time-Life. A partir deste ano a Globo chegou a se submeter a uma CPI que só acabou quando a Time-Life se retirou do acordo no ano seguinte. O interesse de João Calmon não era apenas pela justiça, mas também para defender um bem do qual era um dos proprietários: a Rede Tupi de Televisão, dos Diários Associados. O canal 4 estava lá batendo de frente com o 5 pela primeira vez. Inicialmente o condomínio acionário dos Associados não foi a favor da idéia de Calmon, mas não dando tempo de brecá-lo, tiveram que apoiá-lo após a denúncia. Sabiam do perigo que era bater de frente com aquela emissora em ascensão e já sabendo que a Tupi começava a entrar em decadência aos poucos. 

No livro "Brasil, Primeiro - A História dos Diários Associados" a instituição, através das descrições do autor Glauco Carneiro, conta um capítulo escondido nesta história. Os Associados estavam prestes a conseguir um acordo com a rede americana ABC, para esta também servir de caixa da emissora - da mesma forma que a Time-Life fez para a Globo - mas depois que foi feito a denúncia eles não puderem voltar atrás e desfizeram os acordos. Edmundo Monteiro chegou a falar a Chateaubriand que Calmon havia feito algo que iria mudar a história da pioneira do Brasil e que ia mais cedo ou mais tarde levar os Associados a falência total. Isto quase aconteceu. Prova disso foi que em 14 anos sofreram vários golpes, fecharam diversos jornais, venderam rádios e a Rede Tupi teve que decretar falência. Aliás, o primeiro "Diário de S. Paulo" fez parte desta decadência, falindo no final da década de 70. A Bandeirantes também contou com o apoio de uma emissora internacional, a NBC, mas mesmo deixando em sigilo a participação desta para ajudá-la na implantação e testes do canal, sabia que o problema não seria o mesmo da Globo, já que não envolvia investimento maciço de dinheiro no acordo para a implantação do canal 13 paulistano. 

Só que ao contrário da Tupi, o SBT já nasceu pensando em bater de frente com a Globo. Ainda mais tendo como presidente aquele que muitos dizem ser a mágoa mais antiga da Globo, já que por décadas o "Programa Silvio Santos" liderou a audiência em outras emissoras após ter saído da Globo, onde começou (ainda na fase da TV Paulista). 

E a Tupi, até o final batia de frente com a Globo, ficando sempre em 2º lugar em audiência. Não se dava por vencida nunca. A tradição pesava. Mas em 1980 ela teve que acabar. Só que o fantasma da emissora continuou rondando a TV brasileira. Parece que até hoje este fantasma da Tupi não está satisfeito do outro canal ter roubado a sua posição de líder em audiência. E no ano de sua falência começaram as operações para quebrar a rede em duas. Apesar que a Tupi quebrou justamente porque ela já era inicialmente dividida. A direção da Tupi de São Paulo não se entendia com a do Rio de Janeiro, chegando uma a boicotar o programa da outra na rede. O que aconteceu nesta divisão foi a separação legal do que já estava com duas cabeças. Mas isto trataremos melhor em outro artigo. E a divisão nos trouxe a TVSBT e a Manchete (com a cabeça de rede no canal 6 carioca, antes TV Tupi-Rio). Ali começava uma luta importante contra a Globo. Ao invés de uma grande inimiga, agora tinha duas. 

Em 1984 a Manchete dá uma paulada na Globo na trasmissão do carnaval do Rio de Janeiro, já que o canal 5 não poderia exibi-lo após brigas com o governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola - assumido inimigo da Globo. O Programa Silvio Santos só conseguiu ser batido com as inovações do "Domingão do Faustão" na década de 90, antes disso era impossível. "Pássaros Feridos", "Éramos Seis", "TJ Brasil", "Bom Dia & Cia", "Bozo", "Domingo Legal" e tantos outros programas do SBT faziam questão de roubar uma boa cota da audiência da Globo. E a Manchete com seus heróis japoneses e suas animadoras infantis (Xuxa, Angélica...) também foram pelo mesmo caminho. 

Mas a Manchete resolvi levar a sério todos os passos da Tupi, até os errados. E também os do primeiro canal 9 de São Paulo, a Excelsior. Reuniu a disputa da Tupi com os altos gastos, com superproduções da Excelsior, depois juntou as duas e assimilou a decadência e as grandes despesas também. Assim como a Tupi e principalmente a Excelsior, o investimento em grandes produções rendeu o esperado: alto sucesso, só que as despesas vieram junto. A maior prova disso foi o caríssimo "Pantanal", que deu ao canal 9 a oportunidade de quebrar um tabu de mais de duas décadas, de que ninguém mais conseguiria vencer a audiência global na dramaturgia. E foi isto que aconteceu... A partir de 14 de abril de 1990 a Globo passou a ser o 2º lugar em audiência no horário das 21h30. Os 41 pontos de "Pantanal" competiram com os "apenas" 21 pontos da Globo, 5 do SBT e 1 da Band. Depois tentaram fazer altos gastos com "A História de Ana Raio e Zé Trovão" para continuar o sucesso da Manchete, mas a Globo conseguiu voltar a ser líder de audiência. Pouco tempo depois, a Manchete foi vendida para a IBF e que depois de vários problemas com esta firma, voltou para as mãos do Grupo Bloch. A última vez que a Manchete desafiou a Globo, mas sem passar o canal 5 para segundo lugar foi com a novela "Xica da Silva" (1996). Acharam que iam voltar ao primeiro lugar, mas logo declinou de vez e sem volta, saindo do ar em 1999. Aí a RedeTV! entra batendo todo mundo com seu "Superpop!", inicialmente com Adriana Galisteu. Mas aos poucos foi decaindo e deixando de ser a "emissora de alta qualidade", cometendo o mesmo erro que a Manchete teve no início. 

O SBT também já ameaçou várias vezes, a Band e a Record idem. Só que poucos foram os casos da audiência ser tão ameaçada. A maioria dos programas que a ameaçam são nos finais de semana (Gugu, Silvio Santos - como sempre! -, Raul Gil, etc.) . Durante o resto da semana, outros poucos ameaçam... O de Anna Maria Braga na Record, o de Ratinho (CNT Gazeta, Record e SBT), Luciano Huck na Band (H+), entre outros. 

Mas a Globo começou a levar algumas pancadas cada vez mais fortes nos últimos anos. Ao contrário do que todos pensavam, as outras emissoras resolveram crescer e evoluir, dando mais trabalho para a Globo. Há pessoas, como até mesmo teóricos (vejam o livro-tese "Deusa Ferida", sobre a decadência global) que afirmam que em dez anos a Globo estará mais competitiva e o mercado publicitário estará mais democrático do que o atual. Custa saber se não irão acontecer grandes mudanças que favorecerão a Globo nos próximos anos... Deixo o alerta que o profissionalismo da Globo, que realmente é invejável, chega a mostrar que uma pancada não é o bastante para derrotá-la (se fosse, o "Pantanal" iria ter afundado a emissora de vez). Isso não quer dizer que as outras emissoras também não sejam profissionais, o que nos deixa a esperança para alguns e tristeza para outros, da Globo ser boicotada nos próximos anos. Por mais que pareça previsível, tudo é imprevisível, querendo ou não. No início de 1979 ninguém dizia que a Tupi no ano seguinte, o mesmo poderíamos falar da Excelsior e da Manchete. Ninguém acreditava na força de "Pantanal", nem mesmo a Globo. Após o sucesso das novelas da Bandeirantes ninguém acreditava que ela iria entrar em decadência. E nesta, ninguém acreditava que depois ela se recuperaria. Ninguém pensava que a Gazeta ia se separar da CNT e virar rede, nem acreditam que a Cultura e a TVE iam desfazer a RPTV (Rede Pública de Televisão) para um possível fortalecimento das partes. E ninguém pensava que o SBT ia aprontar esta com a Globo, no domingo passado. Entendem este ponto de vista?

 A enxaqueca de domingo 

O dicionário diz que enxaqueca é uma dor de cabeça que após de vários acessos é desencadeada por perturbações visuais e digestivas. O diagnóstico para o que aconteceu com a Globo desde domingo é com certeza uma enxaqueca. As perturbações visuais do SBT devem ter deixado muita gente com problema de estômago após vários acessos decorrentes dos índices de audiência que subiram com a surpresa de "Casa dos Artistas". Ninguém esperava. O sigilo foi total e até a imprensa só soube do programa quando ele estava no ar. Justamente quando a Globo ia lançar o seu "No Limite 3" (o valor do prêmio de ambos será de R$ 300 mil). E como a fórmula já está meio desgastada, o SBT lançou um "reality-show" que dividiu os espectadores entre uma emissora e outra. 

Como os direitos do "Big Brother" (da Endemol, empresa da Telefônica) pertence à Globo, a briga pegou fogo. Esta acusa o SBT de plágio, enquanto o SBT acusa a Globo de "acusação por premonição" (o programa ficará engavetado na Globo até ano que vem), sendo que o formato de "Big Brother" é bem diferente do de "Casa dos Artistas", mesmo que ambos se passem dentro de uma casa, com câmeras monitorando todos os passos dos participantes. 

Como já dissemos, o que mexeu com os brios da Globo foi que além de toda essa surpresa, o SBT tenha lançado o programa e derrotado o Fantástico, líder no horário desde 1973. 

Na atração estão os artistas Alexandre Frota, Alessandra Scatena, Núbia de Oliveira, Leandro Lehart, Taiguara, Mateus Carrieri, Patrícia Coelho, Marcos Mastronelli, Nana Gouveia, Bárbara Paz, Mary Alexandre e Supla. 

O que o SBT espera da atração é que ela tenha o mesmo efeito que teve em outros países, como na versão da TVI (TV Independente) de Lisboa, que obteve no último dia desta versão portuguesa 100% de audiência, batendo a líder de audiência SIC (empresa associada a Rede Globo). 

Na segunda-feira a imprensa já começava a fazer a polêmica, que acaba beneficiando o SBT em termos publicitários. A Folha de S.Paulo chegou até a quarta-feira com a notícia de que a casa fica ao lado da de Silvio Santos, no bairro do Morumbi. Uma vigilância redobrada, enquanto outros jornais, revista e até emissoras narram a briga entre SBT e Globo, mostrando até suas cartas. Ainda naquela segunda-feira a TV Cultura, no programa "Conversa Afiada", Paulo Henrique Amorim debateu o tema com um profissional da Fundação Cásper Líbero. Desde esse dia e com mais intensidade na quarta-feira, a RedeTV! com seu "TV Fama" serve de apoio para a discussão, chegando a mostrar a opinião dos funcionários das duas emissoras sobre o caso. Um advogado da Globo chega a falar no ar com a RedeTV! sobre quais eram as possibilidades dos dois canais. 

E na quarta-feira a polêmica se espalha de vez para todos que estavam desinformados do que rolava nos jornais, no rádio e na Internet. Uma liminar proíbe o programa e o SBT exibe aquela mensagem, que colocamos no início desta coluna, a partir das 21h. Agora custa saber quem vai ganhar esta disputa. Não sabemos se Silvio Santos possui trunfos, nem se a Globo também os tem. É mais um capítulo histórico pela guerra da audiência. 

Semana que vem a gente volta! E com mais novidades sobre o assunto! E opine, se quiser. Esta coluna está aberta a você, leitor. Queremos saber sua opinião sobre o caso. Até nossa próxima atração! 

TV Leitor 

- Esta coluna é dedicada ao sempre amigo Marcelo Francisco de Angelo, o popular "Big" do Colégio Nossa Senhora do Carmo que fez aniversário no dia 1º de novembro. Parabéns!

Leia mais: 

- 1º artigo da Globo sobre o "Casa dos Artistas";

- Artigo-resposta do SBT a Globo;

- 2º artigo da Globo, respondendo ao SBT.


- 1º artigo da Globo sobre o "Casa dos Artistas"

"Um país que não respeita o direito intelectual jamais será desenvolvido. A indústria brasileira de entretenimento só pode crescer se for baseada no respeito à lei e em princípios morais.

Freqüentemente nossas imagens são usadas sem autorização - desrespeitando e deixando de remunerar o trabalho de artistas e técnicos.

Mais uma vez somos vítimas de pirataria: o SBT lança um programa que não passa de um plágio sensacionalista do Big Brother, atração consagrada mundialmente, cujos direitos foram por nós adquiridos em agosto, como é de conhecimento geral.

Nossa indignação é ainda maior, porque no momento em que a sociedade brasileira anseia por ética, esse tipo de comportamento é um exemplo de descaso com um dos valores mais elementares - o de que o direito de um acaba quando começa o do outro.

Não nos resta outra saída a não ser recorrer de novo à Justiça, que, vale dizer, acaba de nos dar ganho de causa em mais uma ação contra a mesma emissora, que foi multada e impedida de levar ao ar um plágio do nosso programa Gente Inocente.

Central Globo de Comunicação
Rio de Janeiro, 29 de outubro de 2001"


- Artigo-resposta do SBT a Globo 

"Não há direito a monopólio

A indústria brasileira do entretenimento só pode crescer se a TV Globo deixar.

A Rede Globo comemora primeira derrota do Fantástico ameaçando processar o SBT por plágio de programa não exibido.

Não satisfeito em derrotar o índice de audiência da TV Globo durante todo o domingo, o SBT cometeu a leviandade de, pela primeira vez, derrotar o Fantástico sem pedir as desculpas devidas a este pilar de moralidade e correção que é a TV Globo.

Na verdade o SBT, no domingo, só perdeu para o Corinthians, um dos contratados da Globo que não vinha correspondendo às expectativas no campo, mas que jogou um bolão no domingo. Ainda por cima, no sábado, batalhando contra a novela do SBT, o Jornal Nacional atingiu um novo marco na sua rota descendente, atingindo os 31%, uma nova experiência.

Isso para não falarmos de Xuxa, Faustão e outras gentes inocentes, todas pessoas de nosso estima e respeito, mas que são rotineiramente derrotados nas tardes de domingo.

Por tudo isso, é justo que a Globo nos processe, ainda que seja por plágio de um programa que não está sequer produzido. Será plágio por adivinhação, por premonição?

Tem razão a Globo de se dizer vítima do SBT e de suas práticas ilegais. Afinal, por causa da acirrada, imoral e ilegal perseguição de que é vitima, a TV Globo ficou reduzida a apenas uma Rede Nacional de Televisão, uma Rede Nacional de Rádio, uma meia dúzia de jornais com que ainda não conseguiu eliminar a concorrência, inclusive um novo jornal em São Paulo que, como sabemos, não dispunha de um jornal com os elevados princípios éticos e morais do atual Diário de São Paulo.

Para não falarmos das empresas e empresários que lhe são afiliados, cada qual menos poderoso do que o outro, não tendo, em regra mais do que o jornal líder em cada Estado.

Tanto é assim que só possuem uma única empresa de televisão por satélite, distribuindo meros 60 canais e umas poucas televisões por cabo com outro tanto de canais.

Também na área editorial, a Globo não conseguiu ultrapassar umas duas dúzias de títulos nem conseguiu, até hoje, eliminar as demais gravadoras de discos com seu som livre. Vamos abreviar; tal é a perseguição que lhe é movida pelo insaciável SBT que a Globo ficou com a exclusividade apenas de todo o futebol brasileiro e das próximas duas Copas do Mundo.

E tudo isso sem veículos que lhe acolha os anúncios, sem recursos para um marketing agressivo, obrigando-os a enormes prejuízos oferecendo brindes para quem lhes assine os veículos, modestos é verdade, apenas aparelhos de televisão ou passagens de avião para qualquer ponto do Brasil.

Tem razão a Globo, ao afirmar em sua nota, que "a indústria brasileira de entretenimento só pode crescer se for baseada (sic) no respeito à lei e em princípios morais" e "que a sociedade anseia por ética". É verdade.

Como sabemos, é altamente moral e ético pagar as multas e assumir os processos judiciais de autores sob contrato, para que o SBT não possa contar com um único escritor; é extremamente ético comprar eventos para não exibi-los; aliciar contratados apenas para desorganizar os concorrentes; como sabemos, é extremamente ético vender jornais à custa da desgraça de pais desesperados e de filhas sequestradas. Tudo isto é altamente elogiável, é exemplar.

O SBT, enquanto a Globo não for o único veículo, o único empregador, não for o único Poder, o Big Brother que anseia ser, dona da televisão que nos vigiará, até este dia, o SBT continuará trabalhando e derrotando, sem luxo e com modéstia, derrotando o Poder, a Riqueza e a Prepotência, hoje disfarçados em moralistas.

São Paulo, 30 de outubro de 2001

Diretoria do SBT"
 


- 2º artigo da Globo, respondendo ao SBT

"Ignorar a contribuição da TV Globo ao desenvolvimento da indústria de entretenimento brasileira é desconhecer a história de 35 anos de artistas, autores e profissionais de TV ou é falta de seriedade.

Infelizmente no caso do SBT não é falta de informação. O tom da nota, lamentavelmente, não é de seriedade. Embora o assunto seja muito sério.

A nota cheia de ressentimentos, distorções e desejo de destruir é _em vários trechos_ o reconhecimento da capacidade de nossas equipes, porque, ao tentar denegri-las, não consegue deixar de citar os seus sucessos.

O lamentável, porém, nesse episódio, é sabermos que o SBT tem consciência do valor dos direitos que a TV Globo adquiriu, porque durante vários meses negociou esses mesmos direitos com a Endemol, teve acesso a todos os detalhes do formato agora copiado e, quando suas negociações fracassaram, comprometeu-se a não utilizá-los.

O triste é vermos uma empresa demonstrar publicamente o orgulho de "ser esperta" e de usurpar o direito de terceiros.

Resta-nos a esperança de que a nota distribuída em nome da diretoria do SBT não represente, de fato, a forma como esses diretores pensam e agem.

Central Globo de Comunicação
Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2001"

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