Sinopse: Clara Nunes, nome artístico de Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, a voz que converteu o canto em instrumento de conciliação e fez da própria arte um mecanismo capaz de propor reflexões sobre identidade de gênero, etnia e credo. Como boa guerreira, lutou arduamente nos palcos e fora deles, por acreditar em uma sociedade plural. Aos seis anos, Clara, já órfã dos pais, cantava ladainhas em latim no coro da igreja. Em pouco tempo, a jovem deixou a profissão de tecelã e passou a se apresentar como cantora nas rádios de Belo Horizonte.
Após mudar-se para o Rio de Janeiro, Clara Nunes conheceu o mar e se apaixonou. Conheceu a Escola de Samba da Portela e foi abraçada pelo azul e branco. Passou a ter contato com as religiões de matrizes africanas, o que fez com que o seu canto tomasse novos rumos, deixando um legado atemporal. Para o Stagium, fazer esta homenagem a Clara Nunes neste momento, implica em dialogar com os nossos propósitos, onde semelhanças e diferenças se encontram. Por obra do acaso ou por convite da própria Clara, convidados emergiram nesta obra, Maysa com “Manhã de Carnaval” e Adoniran Barbosa com “Iracema”. Para os compositores portelenses o verbo “clarear” não significa apenas o alvorecer. É, sobretudo lembrar desse ser de luz, que navegava além da palavra escrita e cantada. “Nossas estrelas no céu estão em festa; Lá vem Portela com as bênçãos de Oxalá; No canto de um sabiá; Sambando até de manhã; Sou Clara Guerreira, a filha de Ogum com Iansã”.
Ideia e coreografia: Décio Otero. Direção Teatral: Marika Gidali. Músicas: Clara Nunes, Maysa e Adoniran Barbosa. Cenário: Marcio Tadeu
Figurinos: Marika Gidali e Décio Oetro. Adereços: Yolanda Gidali, Eduardo Rosa, Helô. Produção: Marika Gidali, Marcos Palmeira e Fabio Villardi.